CEARENSE SÉRIE C 2017: jogo acaba mais cedo em "comum acordo" após 10 a 0 e causa polêmica: "A regra não permite"


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Partida tem sido motivo de controvérsia entre times e arbitragem

nformo que o jogo foi encerrado aos 40 minutos do segundo tempo, em comum acordo com os capitães de ambas as partes” - súmula de Crato x União, pela Série C do Cearense
Na Série C do Campeonato Cearense, o jogo entre Crato e União terminou de forma inusitada. Com o placar de 10 a 0, o capitão da equipe mandante, em comum acordo com o do time adversário, dirigiu-se ao árbitro e pediu o fim da partida. O jogo, no Estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte, foi válido pela 5ª rodada do Grupo A2. O árbitro Renato Pinheiro, da Federação Cearense de Futebol (FCF), teria acatado o pedido e, assim, finalizou o jogo aos 40 minutos do 2º tempo. O feito foi registrado em súmula.
Súmula fala em acordo entre capitães para encerrar jogo antes do tempo regular. (Foto: Divulgação/FCF)Súmula fala em acordo entre capitães para encerrar jogo antes do tempo regular. (Foto: Divulgação/FCF)
Súmula fala em acordo entre capitães para encerrar jogo antes do tempo regular. (Foto: Divulgação/FCF)
"Informo também que o capitão da equipe do Crato veio falar comigo junto com o capitão do União solicitando que encerrasse o jogo, pois sua equipe já estava perdendo por 10 a 0"
Com apenas 11 jogadores relacionados e atuando, o Crato não tinha banco de reservas. Aos 35 da etapa final, a equipe caririense já perdia por 10 a 0. Com um expulso, outro contundido e com grande desvantagem no placar, o zagueiro Neném teria pedido para encerrar a partida, segundo a súmula disponível no site da FCF.
- Chamei o árbitro aqui na Federação para ele relatar o que houve. Na súmula, não está muito claro. Uma equipe se recusou a continuar jogando, no caso, a equipe que estava perdendo. Se uma equipe X se recusa a jogar, a outra não tem como continuar o jogo. Então, realmente, o juiz dá como encerrado. O árbitro conversou com os capitães, mas não relatou em súmula. Não deixou isso claro - disse Paulo Silvio, presidente da Comissão de Arbitragem do Ceará.
Ainda de acordo com o documento, a decisão partiu do capitão da equipe do Crato, Neném, no caso. Procurado pela reportagem, o zagueiro disse que não ficou com a braçadeira, e sim, Gabriel (que usa o nome de jogador Borel), embora o jogador tenha sido expulso aos 25 do 2º tempo. A súmula da partida relata, inclusive, que Neném (Antônio Carlos S. Clementino) recebeu a braçadeira do expulso Borel. Pois bem, o então capitão, junto a Anderson Cícero, capitão do União, teria se dirigido ao árbitro Renato Pinheiro para fazer o pedido. A justificativa era de que a equipe já estava perdendo por 10 a 0.
Estádio Romeirão recebeu partida controversa entre Crato x União (Foto: André Ráguine / GloboEsporte.com)Estádio Romeirão recebeu partida controversa entre Crato x União (Foto: André Ráguine / GloboEsporte.com)
Estádio Romeirão recebeu partida controversa entre Crato x União (Foto: André Ráguine / GloboEsporte.com)
Pode isso, Arnaldo?
- A regra não permite que o árbitro termine antes dos 45 minutos do segundo tempo. A não ser se uma das equipes se recusar a jogar, que foi o que houve, ou por falta de iluminação, segurança, médico, condições naturais, essas questões. Se nada disso aconteceu, o regulamento não permite. Aí, o árbitro não pode. Ele tem que ser motivado por uma dessas questões - explicou Paulo Silvio.
Diretor de futebol do Centro Esportivo União, Fernando Campos discorda do relato feito pelo árbitro Renato Pinheiro e disse que o jogador da equipe não tem nada a ver com a decisão.
- O árbitro coloca o que ele quiser. Aí, os atletas e o clube não têm nada a ver com isso. Ele pode falar, eu estava no jogo e o árbitro de livre e espontânea vontade. Ele terminou o jogo e depois falou que combinou com os capitães. A gente tava querendo era fazer mais gol para ter saldo. Conversei com o jogador no vestiário após o jogo e foi isso - afirmou o diretor.
Paulo Silvio esclarece ainda que o documento, já publicado no site oficial da Federação Cearense de Futebol, pode ser alterado caso haja necessidade. Se o "acordo" se confirmar, clube e arbitragem podem sofrer punição, completa.
- Se o Tribunal entender que eles se recusaram a jogar, podem ser punidos. Isso é uma coisa do entendimento do Tribunal (Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol no Ceará). Se estiver diferente do ocorrido, pode alterar a súmula. Caso contrário, vai continuar como está. Ainda não se sabe se foi acordo ou recusa (de uma das equipes em seguir o jogo). Preciso ouvir o árbitro e os assistentes para saber se a redação está de acordo. Se isso tiver ocorrido, tanto a arbitragem como o próprio clube serão punidos - explicou Paulo Silvio.

Fonte: G1 Ceará 

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