OLHA SÓ! “Álcool potencializa a violência”, comenta especialista sobre brigas nos estádios

Projeto de lei que objetiva liberar a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol avançou na Assembleia Legislativa no Ceará



O projeto de lei que tem o objetivo de liberar a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol no Ceará avançou na Assembleia Legislativa. Entretanto, a medida ainda precisa ser aprovada em outras quatro comissões.
O Ministério Público estado já anunciou que deve entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade na Procuradoria Geral da República caso a venda de bebidas alcoólicas seja liberada.
Maurício Murad, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e especialista no tema violência nos estádios, não concorda com a aprovação da medida. Para ele, já está comprovado o aumento no índice de violência.
“Sou a favor das pesquisas que eu tenho realizado há quase trinta anos, que indicam que o álcool potencializa a violência. Todas as pesquisas médicas são uniformes no seguinte ponto: o etanol presente no álcool inibe a autocrítica, reduz a censura e, por isso, torna as pessoas mais desinibidas para ultrapassarem limites e até mesmo chegar à agressividade e à violência”, conta.
Quando questionado sobre a responsabilidade dos clubes nos casos de violência, o professor enfatiza que eles são fundamentais no combate a esses tipos de ações. “Os clubes têm uma responsabilidade imensa, uma responsabilidade, inclusive, prevista em lei.  No sentido de exigir uma contrapartida das torcidas que usam os seus símbolos e sua história e suas bandeiras. A imensa maioria de dirigentes de clubes no Brasil não exige”.
Apesar das críticas, o especialista prefere não culpar todos. “É claro que eu não estou generalizando. Existe um movimento grande de alguns novos diretores que trabalham nesse sentido de evitar a violência e de exigir das torcidas essa contrapartida. Mas a imensa maioria no Brasil não faz isso porque há uma cumplicidade entre presidentes e esses grupos violentos infiltrados nas organizadas”, declara.
Fonte: Tribuna do Ceará 

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