CLÁSSICO-REI! Times, torcidas e PM buscam soluções contra a violência

Em busca de preservar o espetáculo, poder público, clubes e torcedores discutem medidas contra violência nos clássicos

Reuniões discutem saídas para controlar casos de violência e punir de forma eficiente os responsáveis
Reuniões discutem saídas para controlar casos de violência e punir de forma eficiente os responsáveis



A falta de controle sobre os casos de violência em dias de Clássico-Rei, como o que está marcado para amanhã, às 18 horas, no Castelão, fez crescer o sentimento de “basta” entre as partes envolvidas no espetáculo. A proibição de acesso das torcidas organizadas aos estádios não se mostra suficiente para o problema. No mais recente jogo entre Fortaleza e Ceará, no último dia 13, Jullian de Souza Cavalcante, 23 anos, integrante da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), morreu em conflito ocorrido no Bom Jardim.

Para evitar a barbárie, propostas como o uso de ingressos nominais, instalação de biometria nos estádios, aumento de efetivo policial, retirada de cadeiras e torcida única são algumas ideias levantadas em reuniões entre representantes de clubes, membros de torcidas organizadas, Polícia Militar (PM) e Arena Castelão, articulados através da Coordenadoria Especial de Juventude do Governo do Ceará.

Para o comandante do Batalhão de Policiamento de Eventos (BPE) da PM, tenente-coronel Aginaldo Oliveira, os encontros têm sido importantes para unir forças numa tentativa de manter a ordem nos estádios e em seus arredores. “As torcidas se comprometeram a fazer os cadastros, isso a gente já vê como algo positivo. Eles nos sugeriram mudança de locais das torcidas organizadas, principalmente no Castelão, para as cadeiras inferiores”. Aginaldo é um dos que defendem o uso de ingressos com identificação do torcedor e sistema biométrico. Com dados do comprador e assentos numerados, algo que acontece na Europa, ele acredita que as ações para punição dos vândalos serão melhoradas.

O presidente do Fortaleza, Jorge Mota, acredita que a questão de punir os vândalos é mais simples do que a tecnologia voltada ao torcedor. “Isso tudo é muito bonito, mas não vai resolver o problema. O que resolve é identificar o criminoso na hora e fazê-lo pagar pelo estrago. Precisamos fortalecer o número de policiais e seguranças para deter esse indivíduo”. O cartola tricolor lembra que o clube ainda paga pelos prejuízos causados em quebra-quebras nos estádios. Mota se manifesta a favor da retirada de cadeiras para criar uma área destinada aos torcedores organizados.

No Ceará, a diretoria articula proposta mais polêmica para ser avaliada. O presidente Robinson de Castro considera a realização de clássicos com torcida única a solução mais eficiente hoje. “Acaba logo com tudo isso. Todo o debate sobre segurança, alternativas, é válido. Mas liberar a entrada só para o mandante é uma solução que tem retorno mais certo. Precisamos garantir tranquilidade e manter o clube longe de prejuízos. Tem que sair da conversa e ir para a prática”.



Organizadas afirmam inocência

Proibidas de comparecer aos estádios, as organizadas Torcida Uniformizada Fortaleza (TUF), Jovem Garra Tricolor (JGT) e Cearamor participam dos encontros articulados pela Coordenadoria Especial de Juventude do Governo do Estado para discutir ferramentas contra a violência. "Fale conosco, não sobre nós", manifestou em nota a Cearamor, que defende que a violência não está ligada às baterias e seus membros. Em sua página oficial no Facebook, a TUF destaca que "com diálogo pode-se chegar a procedimentos para que possamos torcer saudavelmente".

Fora das discussões com as organizadas, o MP-CE continua na expectativa de extinção dessas torcidas. Coordenador do Nudetor, Francisco Xavier Barbosa Filho afirma que "rejeita imediatamente (o fórum), pois tem visão contrária aos princípios das organizadas".

Fonte: O Povo Online





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