EXTRA! EXTRA! EXTRA! Caso UNICLINIC & MARACANÃ no Tapetão da SÉRIE B CEARENSE 2015: Árbitro admite equívoco na listagem de cartões em súmula e Águia da Precabura usará fato como defesa. FCF garante que não houve erro no processo. De acordo com o especialista em direito desportivo, Ernando Uchôa Sobrinho, que já presidiu o Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol no Ceará (TJDF-CE), Com esse erro na papeleta, o Uniclinic poderá alegar que foi induzido a escalar erroneamente o jogador e o juiz pode ser punido por gerar duas informações. O clube tem obrigação de contabilizar os cartões, mas não de ler todas as súmulas, apesar de que isso seja feito em clubes mais tradicionais - afirma o jurista. Caso seja comprovado que o processo foi feito desta maneira, Sobrinho afirma que provavelmente o Uniclinic irá conseguir assegurar a vaga ao acesso que conseguiu em campo.

Especialista, em caso Uniclinic: "Árbitro

poderá ser punido por induzir ao erro"

Árbitro admite equívoco na listagem de cartões em súmula e Águia da Precabura usará fato como defesa. FCF garante que não houve erro no processo

Uniclinic precisou de três minutos para consolidar vitória no primeiro tempo (Foto: Kid Júnior/ Agência Diário)
Uniclinic está envolvido em imbróglio na Série B Cearense (Foto: Kid Júnior/ Agência Diário)

A Série B do Campeonato Cearense parecia ter chegado à final. Ao fim da última rodada da fase classificatória, Tiradentes e Uniclinic ocupavam, ambos com 38 pontos, as vagas de acesso à elite do futebol cearense. Entretanto, devido à uma escalação errada, a Águia da Precabura foi ameaçada de perder pontos e deixar a dupla de acesso. A briga para decidir quem vai voltar à Série A saiu de campo e foi à Justiça. O Maracanã, com 37 pontos, entrou na jogada e luta pela vaga. No entanto, se a tese da equipe fortalezense prevalecer, ela poderá recuperar a vaga na elite e fazer a final da Segundona com o Tiradentes.

O imbróglio aconteceu na partida entre Nova Russas e Uniclinic, no dia 29 de abril, quando o meia Esiel, que já tinha três cartões amarelos, foi escalado pelo Uniclinic. Antes mesmo do fim da Segundona, na última quinta-feira (21), o Maracanã já havia entrado com um recurso pedindo a perda dos pontos do adversário.

Porém, segundo a súmula do jogo anterior, contra o Tiradentes, em 25 de abril, a história não é bem assim. O documento, que registra todos os incidentes da partida em que Esiel levou o terceiro cartão amarelo, está rasurado e, ainda, conta com uma correção de um erro da arbitragem. Isso porque o quarto árbitro entrega um documento, chamado papeleta, ao executivo de futebol do clube no fim da partida com os atletas que não levaram cartão e nela não constaria o nome de Esiel. Na súmula em questão, o árbitro percebeu o erro da papeleta e fez uma retratação, informando nos seguintes termos abaixo.

- Em virtude do equívoco cometido nas comunicações gerais no item jogadores advertidos, com cartão amarelo e/ou expulsos para a equipe do Uniclinic Atlético Clube, entregue a ambas as equipes, segue abaixo a devida correção:

Nº 16 - Antônio José da Silva (Equívoco)
Nº 08 - Esiel Cardoso Moreira (Correto)
Fragmento da súmula de Tiradentes x Uniclinic Série B do Campeonato Cearense PV (Foto: Reprodução/FCF)Fragmento da súmula de Tiradentes x Uniclinic em que árbitro admite equívoco em comunicação aos clubes
(Foto: Reprodução/FCF)


Mesmo diante da própria correção do árbitro José Paulo Ferreira da Silva Júnior, em contato com o GloboEsporte.com, a assessoria da Federação Cearense de Futebol garante que não houve nada entregue aos clubes com dados errados de cartões aplicados durante a partida em questão. E que o Uniclinic tem a obrigação de contar os cartões de cada jogador.

A alegativa da direção do Uniclinic é de que o clube havia confiado na primeira informação dada pelo trio de arbitragem. Por isso, escalou o meia Esiel, por achar que ele não teria recebido o terceiro cartão amarelo. E que só soube da correção depois. O presidente Vanor Cruz disse ainda que o árbitro chegou a rasurar o documento do qual foi entregue cópia ao clube, transformando um 16 em 08. (veja imagem abaixo).
Fragmento da súmula de Tiradentes x Uniclinic com alteração no número do jogador punido (Foto: Reprodução/FCF)Fragmento da súmula de Tiradentes x Uniclinic com alteração no número do jogador punido (Foto: Reprodução/FCF)


O que diz a lei

De acordo com o especialista em direito desportivo, Ernando Uchôa Sobrinho, que já presidiu o Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol no Ceará (TJDF-CE), no momento em que o árbitro deixa de anotar o cartão para o atleta na papeleta, ele induz o clube ao erro  e está passível de punição.

- Com esse erro na papeleta, o Uniclinic poderá alegar que foi induzido a escalar erroneamente o jogador e o juiz pode ser punido por gerar duas informações. O clube tem obrigação de contabilizar os cartões, mas não de ler todas as súmulas, apesar de que isso seja feito em clubes mais tradicionais - afirma o jurista.
Uniclinic, Barbalha, Confusão, Inaldão, Cearense (Foto: Eugênia Else/Rota Esportiva)Uniclinic tem chances de recuperar vaga na elite (Foto: Eugênia Else/Rota Esportiva)
Caso seja comprovado que o processo foi feito desta maneira, Sobrinho afirma que provavelmente o Uniclinic irá conseguir assegurar a vaga ao acesso que conseguiu em campo.

- Uma vez induzido ao erro, o Uniclinic tem totais condições de conseguir ganhar a disputa judicial e não perder pontos, caso a situação for mesmo essa - encerra Ernando Uchôa Sobrinho.

A Federação Cearense de Futebol (FCF) excluiu o Uniclinic da competição no último dia 25. Entretanto, na última terça-feira (26), voltou atrás e passou o processo para o TJDF-CE. A final entre Uniclinic e Tiradentes, que estava marcada para o próximo sábado (30), foi adiada até a resolução da confusão.

Fonte: G1 Ceará


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