MORTES DOS 2 TORCEDORES MARACANAUENSES ANTES DO CLÁSSICO REI, 14, SEGUNDO O DELEGADO AURÉLIO ARAUJO O MESMO QUE COMANDOU O CASO EM 2010 EM QUE FOI ENCONTRADO ARMAS E DROGAS NA CEARAMOR, ESTÁ QUASE CONVENCIDO QUE FOI BRIGA ENTRE TORCIDAS OU GANGUES

Delegado acredita que crime tenha sido motivado por briga entre torcidas. Investigação recomeçou hoje



As investigações da Polícia Civil sobre o duplo homicídio que vitimou torcedores do Ceará, no último domingo, foram retomadas hoje. O caso havia sido registrado no 30º Distrito Policial, unidade plantonista do São Cristóvão, mas foi remetido ao 19º DP, no Conjunto Esperança, que responde pelo local onde ocorreu o crime. Até agora, a principal linha de investigação seguida pela Polícia aponta que os assassinatos foram provocados por “briga entre torcidas”.

“Vamos ouvir mais pessoas para saber se foi briga entre gangues ou torcedores. Mas, ao que tudo indica, este é mais um caso de rivalidade entre torcidas”, adiantou o titular do 19º DP, Aurélio de Araújo. O delegado é o mesmo que investigou, em agosto de 2010, o caso em que armas, drogas e um carro roubado foram encontrados na sede da Torcida Organizada Cearamor (TOC), em Porangabussu. As investigações, contudo, não avançaram até hoje.

“Infelizmente, essa história de torcida organizada caiu no meu colo outra vez. Naquele caso, pedi a prisão preventiva de todos que estavam no local, mas, até agora, não tive retorno”, acusou o delegado. Na ocasião, duas pessoas foram presas em flagrante. Dentre eles Luiz André Silva de Oliveira, 26, ex-gerente de loja da Cearamor. O jovem foi encontrado morto, em 19 de janeiro do ano passado, na Aerolândia.

Os dois torcedores mortos no domingo foram identificados como Gláuber de Souza Damasceno, 30; e Felipe Mesquita Sousa, 24, até então identificado pela Polícia somente como “Tiago”. O jovem foi reconhecido por familiares, no início da tarde de ontem, na Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). Os dois foram mortos por volta de 14h30min, antes do Clássico-Rei, na avenida Bernardo Manuel, no bairro Itaperi.
 Silêncio

Na tarde de ontem, O POVO foi ao velório de Gláuber, que ocorreu na residência de seus familiares, em Maracanaú. Parentes do jovem não quiseram conversar com a reportagem. Um senhor, identificado como avô da vítima, disse somente que cuidou de Gláuber quando criança, mas que o jovem passou a morar sozinho depois de “homem feito”. Muitos membros da Cearamor estiveram no local. Eles também se recusaram a falar, mas recomendaram “cuidado” ao escrever a matéria. Gláuber será enterrado hoje, às 10 horas, no cemitério do município. A reportagem não localizou parentes de Felipe.


Em depoimento, o jovem acusado de cometer o crime alegou ter recolhido a arma no chão. Ele negou ter sido contratado para matar as vítimas

O inquérito aponta que, ao contrário do que a Polícia havia informado, o acusado foi detido com um revólver calibre 38, com cinco munições deflagradas e uma intacta

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